Avaliação do risco à saúde de constituintes inorgânicos e orgânicos do Material Particulado

Pesquisadores do NqualiAr publicaram, em uma das revistas mais conceituadas na área ambiental, um estudo sobre risco à saúde de espécies inorgânicas e orgânicas associadas ao material particulado grosso e fino (PM) foi realizada em Vitória-ES, no sudeste do Brasil. Amostras de TSP, PM10 e PM2.5 foram coletadas e sua composição elementar (metais/metalóides) e orgânica (PAHs) foi determinada por EDXRF e GC–MS. Os riscos à saúde foram determinados por meio do quociente de risco (HQ) e risco de câncer (CR).

Verificou-se que diferentes elementos e vias de exposição levam a diferentes riscos à saúde, mesmo para a concentração de MP em conformidade com os padrões de qualidade do ar. As principais vias de exposição para adultos foram inalação e contato dérmico, enquanto para crianças foram ingestão e contato dérmico. Altos riscos não cancerígenos (HQ) causados ​​pela exposição a Cl e Fe foram associados a frações mais grossas, PM10 e TSP, respectivamente, enquanto alto HQ para exposição a Se, Sb e V foram associados a PM2,5. Os valores de HQ para crianças foram quase o dobro dos adultos, e os valores de CR foram 65% a 130% maiores para crianças do que para adultos. O CR apresentado pelos PAHs foi insignificante. Os resultados evidenciaram que o HQ pode ser super ou subestimado dependendo da forma como o elemento Cl é determinado (elementar ou íon), reforçando a necessidade de uma caracterização química abrangente do PM. Foram encontrados altos valores de HQ relacionados à exposição a alguns elementos presentes no TSP, mostrando que essa fração de PM não deve ser negligenciada.

Destaques:
  • Risco significativo à saúde mesmo para baixos níveis de PM devido à sua composição química
  • As crianças foram quase duas vezes mais afetadas por riscos não cancerígenos do que os adultos.
  • Para alguns elementos como Fe, Sb e Se, o HQ tem uma forte dependência do tamanho da partícula.
  • A ingestão e contato dérmico de Cr e Ni foram as vias de exposição mais importantes.

Leia aqui o artigo integral publicado na revista científica Science of Total Environment em: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2022.161042

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